sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Vem aí - La Chandeleur


Senhora das Candeias






As suas origens remontam a tempos bem antigos, aos primórdios do cristianismo. Segundo o preceito da lei dada a Moisés, todo o filho varão deveria ser apresentado no Templo, quarenta dias após o seu nascimento.

 A mãe, considerada impura após o parto, deveria ser purificada numa cerimónia especial. Nossa Senhora, acolhendo esta determinação, apresentou-se com o Menino Jesus no recinto sagrado dos judeus.

 No dia 2 de Fevereiro, precisamente quarenta dias depois do nascimento de Jesus, os cristãos celebravam a purificação de Maria. O Papa Gelásio (492-496) resolveu instituir um solene cortejo nocturno em homenagem a Maria Santíssima, convidando o povo a comparecer com círios e velas acesas e cantar hinos em louvor de Nossa Senhora. Em Portugal, tal devoção já existe desde o século XIII. Em Fátima, é celebrada pelos cristãos logo no início da fundação da Paróquia, em 1568.






Os mais antigos calendários celtas e gauleses mostram que este dia sempre foi festejado como o dia da chegada da Luz.


Quando a Antiguidade romana se converteu ao cristianismo, uma releitura é proposta tendendo a vinda de Cristo. O nascimento do menino Jesus, no Natal, é então apresentado como a luz do mundo e sendo simbolizado por uma vela (chandelle). Uma nova festa cristã com procissão com velas toma o lugar aos poucos dos antigos ritos de luz romano.

Em seguida a festa passa a ser chamada de Purificaçao da Virgem ou Apresentação ao templo. Ela lembra que a Mãe de Jesus cumpriu o ritual de purificação e estava então pronta para entrar no templo novamente, e apresentar seu filho depois de 40 dias do seu nascimento.

Para explicar o consumo de crepes (redondos e dourados) neste dia existem várias hipóteses. Diz-se que talvez venha do hábito dos romanos de comer galetes de cereais em épocas de festas. E como originariamente esta festa era pagã, a forma redonda seria uma homenagem ao sol. Isto explica tambem o costume de fazer saltar o crêpe tendo uma moeda na mão para assegurar prosperidade durante todo o ano. (fonte: Almanach des traditions et de la gourmandise)